Igualdade de Gênero, Raça / Etnia na Educação Formal

"Tente mover o mundo; o primeiro passo será mover a si mesmo."
Platão

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O Coelhinho que não era de Páscoa (Ruth Rocha)

Texto: "O coelhinho que não era de Páscoa"
Ruth Rocha
 

Vivinho era um coelhinho. Branco, redondo, fofinho. Todos os dias Vivinho ia à escola com seus irmãos. Aprendia a pular, aprendia a correr... Aprendia qual a melhor couve para se comer.
Os coelhinhos foram crescendo, chegou a hora de escolherem uma profissão. Os irmãos de vivinho já tinham resolvido:
- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu pai.
- Eu vou ser coelho de Páscoa, como o meu avô.
- Eu vou ser coelho de Páscoa como meu bisavô.
E todos queriam ser coelhos de Páscoa, como o trisavô, o tataravô, como todos os avôs. Só Vivinho não dizia nada. Os pais perguntavam, os irmãos indagavam:
- E você Vivinho, e você?
- Bom – dizia Vivinho – eu não sei o que quero ser. Mas sei o que não quero: Ser coelho de Páscoa.
O pai de Vivinho se espantou, a mãe se escandalizou e desmaiou:
- OOOOOHHHHH!!!
Vivinho arranjou uma porção de amigos:
O beija-flor Florindo, Julieta a borboleta, e a abelha Melinda.
- Onde é que já se viu coelho brincar com abelha?
- Os irmãos de Vivinho diziam.
Os pais de Vivinho se aborreciam:
- Um coelho tem que ter uma profissão.
Onde é que nós vamos parar com essa vadiação?
- Não se preocupem – Vivinho dizia.
– estou aprendendo uma ótima profissão.
- Só se ele está aprendendo a voar – os pais de Vivinho diziam.
- Só se ele está aprendendo a zumbir – os irmãos de Vivinho caçoavam.
Vivinho sorria e saía, pula, pulando para se encontrar com seus amigos.
O tempo passou. A Páscoa estava chegando. Papai e Mamãe Coelho foram comprar os ovos para distribuir. Mas as fábricas tinham muitas encomendas. Não tinham mais ovinhos para vender. Em todo lugar a resposta era a mesma:
- Tudo vendido. Não temos mais nada...
O casal Coelho foi a tudo que foi fabrica da floresta. Do seu Antão, do seu João, do seu Simão, do seu Veloso, do seu Matoso, do seu Cardoso, do seu Tônio, do seu Petrônio, seu Sinfrônio.
Mas a resposta era sempre a mesma:
- Tudo vendido seu Coelho, tudo vendido...
Os dois voltaram pra casa desanimados.
- Ora essa. Isso nunca aconteceu...
- Não podemos despontar as crianças...
- Mas nós já fomos a todas as fábricas. Não tem jeito, não...
Os irmãos do coelhinho estavam tristes:
- Nossa primeira distribuição... Ai que tristeza no coração!...
Vivinho vinha chegando com Melinda.
- Por que não fazemos os ovos nós mesmos?
- É que nós não sabemos.
Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer!
- Pois eu sei – disse Vivinho- Eu sei.
- Será que ele sabe? – disse o Pai?
- Ele disse que sabe – disseram os irmãos.
- Ele sabe, ele sabe – disse a mãe.
- E como você aprendeu? – perguntaram todos.
- Com meus amigos. Eu não disse que estava aprendendo uma profissão?
Pois eu aprendi a tirar o pólen das flores com Julieta e Florindo. E Melinda é a maior doceira do mundo. Me ensinou a fazer tudo o que é doce...
A casa da família Coelho virou uma verdadeira fábrica. Todos ajudavam: Papai Coelho, Mamãe Coelha e os coelhinhos... e os amiguinhos também:florindo o beija-flor, a borboleta Julieta e a abelha Melinda, a maior doceira do mundo.E era Vivinho quem comandava o trabalho.
E quando a Páscoa chegou, estavam todos preparados. As cestas de ovos estavam prontas. E os pais de Vivinho estavam contentes.
A mãe de vivinho disse:
- Agora, nosso filho tem uma profissão.
E o pai de Vivinho falou:
- Cada deve seguir a sua vocação...
 

Essa história só confirma o fato de que são as diferenças individuais que produzem e mantém a coletividade. Cada qual, com sua característica própria, tem papel fundamental para a manutenção da vida em sociedade, bem como ninguém está 'fadado' a desempenhar funções limitadas a determinadas características.
O trecho "Coelho de Páscoa sabe distribuir ovos. Não sabe fazer!" associa-se à discriminação de gênero / raça / etnia da mesma maneira com que ouvimos "Lugar de mulher é na cozinha"; "Só via neguinho chegando..." da mesma forma que apresenta sua superação através do trabalho em equipe possível apenas pela união das diferenças. Assim, acrescento a máxima: Viva as diferenças!

5 comentários:

  1. Sheila Cristina Venturini Rodrigues23 de julho de 2011 às 20:46

    As dificuldades em lidar com as diferenças estão presentes em nosso dia a dia, seja em nossa vida pessoal, seja na profissional. A todo o momento devemos nos policiar quanto a algumas atitudes, mais precisamente ao que dizemos, mesmo sem a intenção de magoar ninguém. No ambiente escolar, por exemplo, é comum ouvirmos piadinhas - com racismo velado - sobre aqueles/as considerado/as diferentes. Mas, afinal, no que consiste a igualdade se somos todos diferentes? Essa é uma problemática constantemente trabalhada, pois os alunos precisam desenvolver sua consciência a respeito dessa questão.

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  2. As vezes a diferença ajuda na resolução dos problemas na sociedade

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  3. O Texto mostra que sempre devemos seguir nossas escolhas.Respeitar as escolhas dos outros e querer que a nossa seja respeitada. Não importa as dificuldades que teremos diante da sociedade, temos que lutar por nossos ideais. Não devemos deixar que o racismo nos desanime, pois se formos fortes contra o racismo nada nos abalará.
    Como diz o ditado:"Se não vale apena lutar, então fique parado e apanhe."
    Izamara, Gracieli, Josemar.

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  4. Na sociedade atual temos que aprender a conviver com as diferenças existentes entre as pessoas,e aceitar a maneira como elas agem e vivem. As pessoas da sociedade brasileira dizem que não são preconceituosas ou racistas, mas isso não é realmente verdade porque todos nós temos algum tipo de preconceito mesmo que não o manifestamos ele está dentro de nós e as vezes em algumas de nossas ações.
    As vezes as pessoas que achamos diferentes, em determinadas ocasiões,nos surpreendem mostrando que são mais talentosas e criativas que pensamos.
    ESTELA DAIANE RAQUILÂNE E SUELLEM

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  5. Racismo NÃO
    Gostei muito do video,pois ele mostra coisas legais e coisas que nos emociona preconceito não e legal preconceito e triste. Jessica vitorino

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